sábado, 3 de março de 2012

Discurso do Método, de René Descartes


Cogito ergo sum. "Penso, logo existo". Tal proposição resume o espírito de René Descartes (1596-1650), sábio francês cujo Discurso do Método inaugurou a filosofia moderna. Em 1637, em uma época em que a força da razão tal qual a conhecemos era muito mais do que incipiente, e em que textos filosóficos eram escritos em latim, voltados apenas para os doutores, Descartes publicou Discurso do Método, redigido em língua vulgar, isto é, o francês. Ele defendia o "uso público" da razão e escreveu o ensaio pensando em uma audiência ampla. Queria que a razão - este privilégio único dos seres humanos - fosse exatamente isso, um privilégio de todos homens dotados de senso comum.

Trata-se de um manual da razão, um prático "modo de usar". Moderno, Descartes postulava a idéia de que a razão deveria permear todos os domínios da vida humana e que a apreciação racional era parâmetro para todas as coisas, numa atividade libertadora, voltada contra qualquer dogmatismo. Evidentemente, tal premissa revolucionária lhe causaria problemas, sobretudo no âmbito da igreja: em 1663, vários de seus livros foram colocados no Índex. Razão alegada: a aplicação de exercícios metafísicos em assuntos religiosos.

A forma discursiva utilizada por Descartes é a narrativa autobiográfica. O Discurso do Método não é um tratado científico, tampouco um manual pedagógico: “Assim, o meu desígnio não é ensinar aqui o método que cada qual deve seguir para bem conduzir sua razão, mas apenas mostrar de que maneira me esforcei por conduzir a minha.” Continua ainda: “Mas, não propondo este escrito senão como uma história, ou se o preferirdes, como uma fábula...

” O filósofo francês não visa a impor uma doutrina; ele declara sua intenção de mostrar sua insatisfação e os caminhos que percorreu para solucionar seus questionamentos. Para isso, ele conta a história de sua vida pessoal, da metafísica, da física e do método científico. Descartes deseja mostrar o método que ele escolheu, sua exposição não é um modelo, mas uma autobiografia intelectual: uma narrativa de eventos passados em que um indivíduo relata sua reforma nos hábitos de racionalizar e perceber o universo físico.

A narrativa procura demonstrar a história de um indivíduo desejoso de evitar a ilusão. Para isso, eventos são escolhidos e organizados, a experiência pessoal é apresentada e serve de base para apresentar uma possibilidade de vitória sobre a incerteza. Duas técnicas narrativas são utilizadas: a representação e a narração.

A primeira técnica diz respeito a condução do processo narrativo. Descartes leva o leitor a uma participação da experiência do eu-narrador; o filósofo o faz acompanhar sua história passo a passo, mostrando suas indagações, receios, fatos significativos, proposições, enfim, sua vida.

A segunda relaciona-se, principalmente, com o próprio fato de que há um reconhecimento do caráter narrativo do texto, uma consciência de que o filósofo é um narrador que relata uma série de eventos a um leitor.

O texto conjuga a narração e o discurso direto, a narrativa e a proposição, a dúvida e a elaboração da verdade.

Discurso do Método mostra por que Descartes - para quem "mente", "espírito", "alma" e "razão" significavam a mesma coisa - marcou indelevelmente a história do pensamento.

Em seu livro, René Descartes, aborda a maneira de se obter, perante a vida, maiores conhecimentos. Descartes buscava na verdade, provar a existência de Deus através da ciência, através da razão. Para provar isso, este filósofo utilizou um método que vinha desenvolvendo há algum tempo, baseado em evidências, em idéias claras e distintas e em recusar-se a utilizar-se de qualquer coisa sem estar coberto de certeza.

Ainda no Discurso do Método, o autor destaca os motivos pelos quais chegou a tais conclusões, relatando sua vida e toda sua formação. Descartes faz severas críticas ao ensino nas escolas, podemos aqui destacar seu desencanto, desde os tempo de colégio, com a “ciência oficial” da época, considerando a mesma estagnada em volta dos pensamentos dos antigos filósofos.

Este filósofo sugeriu alguns elementos fundamentais para o conhecimento. Destaca então, as viagens, a procura em si mesmo e a leitura de bons livros. Para obter maiores conhecimentos, num primeiro momento citou que é fundamental desvencilhar-se de exemplos e costumes que formaram a base para o conhecimento atual, no Discurso do Método ele diz: pouco a pouco, livrei-me de muitos erros que podem ofuscar a nossa luz natural e nos tornar menos capazes de ouvir a razão.

O texto mais famoso de Descartes, Discurso do Método, além de uma sumária exposição do método, ou das principais regras do método é, também, uma autobiografia de Descartes. Nesse texto não nos diz como devemos proceder para alcançar a verdade, mas como ele, Descartes, procedeu para alcançá-la.

Esse discurso está dividido em seis partes: 



A seguir-


Fonte: http://www.passeiweb.com/na_ponta_lingua/livros/resumos_comentarios/d/discurso_do_metodo





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